quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A justiça e o lundu de Pai João


As três estrofes do conhecido lundu de Pai João denunciava no século XIX, de forma irônica, o tratamento dado ao peso da balança da justiça. Um tema que atualmente continua bem presente, ou melhor, que nunca saiu de cena em nossa sociedade, infelizmente. Porém, hoje "o Sinhô baranco quando fruta, logo sai Senadô". 

"Baranco dize - preto fruta
Preto fruta co razão;
Sinhô baranco também fruta
Quando panha casião

Nosso preto fruta garinha
Fruta saco de feijão;
Sinho baranco quando fruta
Fruta prata e patacão

Nosso preto quando fruta 
Vai pará na correção
Sinhô baranco quando fruta
Logo sai Sinhô Barão."
                                                      
                                              Lundu de Pai João









   
Download: Chico Science & Nação Zumbi   Afrociberdelia

terça-feira, 19 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Velho "Buk"

"Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar sobre o crescimento de uma flor. O terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até sua morte. Não reverenciam as próprias vidas, mijam em suas vidas. As pessoas as cagam. Idiotas fodidos. Concentram-se demais em foder, cinema, dinheiro, família, foder. Suas mentes estão entupidas de algodão. Engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Acabam deixando que os outros pensem por elas. Suas mentes estão entupidas de bosta. São feios, falam feio, caminham feio. Toque pra elas a maior música de todos os tempos e elas não conseguem ouvi-la."

Charles Bukowski
















Them Crooked Vultures (2009)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010






O Arquivo Compacto voltou,

e lembre-se




Tenha sempre um sorriso irônico guardado, uma hora você pode precisar.





















Download Tim Maia - 1971

segunda-feira, 29 de março de 2010

A memória nos traz
A memória nos toca
Na memória nus se traem
Na memória nus se tocam.

zé silva.

domingo, 7 de março de 2010



A Exceção e a Regra

Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.
(Bertold Brecht)


para sonhar basta abrir a porta do desconhecido...
e a chave
ah! A chave
esta fica reservada para os iluminados
diferentes e raros
capazes de martelar o convencional.

zé silva.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sou contra aquele ditado que diz: “uma imagem vale mais do que mil palavras”, a palavra não pode ser tão desvalorizada. Um texto quando bem escrito não precisa nem chegar a tantas palavras para nos transportar a um mundo de imaginação. Através da leitura podemos criar imagens e sonhos capazes de nos tirar do convencional, tornando-nos mais inteligentes, mais criativos e menos indiferentes com as mazelas do mundo à nossa volta. Cuidado! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas.




O vídeo é uma campanha de incentivo à leitura idealizada e produzida por: Deborah Toniolo, Marina Xavier, Julia Brasileiro, Igor Melo, Jader Félix, João Paulo Moura, Luciano Midlej, Marcos Diniz, Paulo Diniz, Filipe Bezerra. (Alunos do 2ºano - turma pp02/2003 - do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFACS - Universidade Salvador). Com adaptação do texto de Guiomar de Grammont.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dos cinco dedos da mão é somente um que aponta
De tuas palavras são muitas as que ferem
Bastava um olhar para saber o porquê de se estar caminhando em estradas flutuantes
Sem perceber nossas rotas se cruzam pode ter certeza
Pois, em todos os caminhos possíveis o céu é o mesmo
E nele sempre tem as pedras que gostamos de chutar e os ventos que gostamos de comer
Da poeira que mistura com a saliva é inevitável o gosto de cimento ou barro
Caminhante não há caminhos...
Por isso, apenas caminhe.

zé silva.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

deitado só havia o azul. tudo o que pensava era como ultimamente estava difícil sonhar. perceber como as coisas podem ser fáceis foi arrancado dia-a-dia de seus pensamentos. pequeno homem massa. nasceu moleque e corajoso, herói e destemido em suas histórias juvenis. de tudo que passou só lhe restou o bigode...

zé silva.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Desligue o motor da razão
Venha ver como dois e dois podem ser cinco
Ouça apenas o batuque sonoro do coração
Destrua o fato
Construa a dúvida
Iluda o desejo
Embriague-se com a canção
A bengala do tempo são cavernas...
Construídas para manter a vontade de se sentir seguro
Trapo ingrato que cobre esta tua pele
Disfarçando a carne e nutrindo o sorriso da ignorância
Rasgue, chute, risque
Corra o risco
Depois abra os olhos
E veja que nem tudo que te rodeia sai do teu umbigo.

zé silva.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Um ser estranho, em silêncio, me entrega uma cartilha e sai. Esquisito aquilo, na capa há a imagem de um relógio digital, olhei com atenção e percebi que a imagem era animada, marcava as horas de uma forma confusa, os segundos não paravam, mas nunca saia das 21h33min.

Estou num grande salão, rodeado por inúmeras pessoas que conversam entre si, mas não consigo ouvir as vozes. Coloco a cartilha em cima da mesa, abro, ao passar os olhos nas linhas o que leio é repetido por todos ali dentro:

- Deste lado do muro é sempre mais seguro...

Assustado fecho-a e as vozes somem, o movimento no salão não para. Olho para a capa e os segundos passavam.

Naquele palco diário sentia que todos interpretavam um papel misterioso. De alguma forma, todos parecem guardar um segredo do mundo, algo que não posso saber. Olhavam como se parecesse óbvio entendê-los.

Estou num sonho de atos intermináveis.

zé silva.

sábado, 24 de janeiro de 2009

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Circular ou linear, não importa o tempo
O Homem sente a necessidade dos padrões de comportamento
Sempre à beira do caos...
Humanos máquinas servem aos humanos medíocres
Mente humana!
Mente humano!
Falta aos sonhadores, com suas visões multicoloridas, o elixir contra a hipocrisia
Enquanto isso...
Gira! Gira! Humano circular!

zé silva.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Não é hábito eu ficar colocando citações no blog e também não é falta de assunto para escrever. Mas, navegando pela internet encontrei este texto. Está assinado como sendo do Charles Chaplin, não tenho certeza se é dele. Do Chaplin ou não, o importante é que o texto ficou muito bom e achei legal dividir. Imagine que ótimo seria se o ciclo da vida fosse assim.

"A coisa mais injusta sobra a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado para fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante para poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante àlcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para o colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna bebezinho de colo, volta para o útero da mãe, passa seus últimos nove meses flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"
Charles Chaplin.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Manhã são as lições
Tarde são os rios e as plantações
Noite é o cantarolar dos pássaros noturnos
Homens a descarregar o cotidiano nos bares
Mulheres em casa, interrompidas de procurarem um espaço para aliviar suas angústias
Muitas são as rezas
Apesar do silêncio, pouca é a paz
Ali onde a paisagem é bela
O tempo está encarregado de tornar tudo apenas mais um lugar.

zé silva

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fracionado

Duvido porque vivo, vivo porque duvido
Divido, vivo, somo e subtraio
Traio...
Traindo eu somo
Sentindo me satisfaço
Consentindo eu me desgasto
Na equação da vida
Só resta a multiplicidade da diferença, por onde percorre o ser na busca do não ser
Vivendo vou sendo
Somando vou indo
Cair ou levantar?
Ser bom ou ser mau?
Ou quem sabe igual?
Elevar-se na potência?
Não!
Prefiro reconhecer que sou fracionado
Hoje sou meio
Amanhã, quem sabe, serei inteiro.

zé silva.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Apenas por hoje...

Apenas por hoje, consideremos que a ignorância é uma vaidade do inconsciente; que a verdade é uma mentira, e torna-se verdade apenas porque uma grande quantidade de pessoas te convence a acreditar nela...
Pronto, assim fica mais fácil de entendermos, por exemplo: como os governantes conseguem, de uma hora para a outra, desembolsar bilhões e bilhões de dólares para "salvar" uma corja de banqueiros milionários; como as pessoas, e não são poucas, conseguem pegar o telefone para "eliminar" um participante do Big Brother; enquanto outras preparam uma festa de aniversário para o seu animalzinho de estimação, com um bolo em forma de ossinho e cantando parabéns assim: "Auauau.. auu.. auu. aaauuuu..." Ou ainda, aqueles que conseguem ler a Veja e acreditar que ela está certa; sem contar os muitos que vão às urnas e quatro anos depois nem lembram em quem votaram...
A lista de exemplos vai longe...
Por isso, apenas por hoje, consideremos que a ignorância é uma vaidade do inconsciente.